Como é o caso de Maria Pereira que teve paralisia infantil e para realiza as suas atividades faz uso das suas muletas. Ela revela que tem tido problemas para conseguir realizar atendimento em muitos órgãos públicos.
Maria acrescenta que precisa fazer uma cirurgia de alta complexidade na capital, contudo ainda não conseguiu a transferência pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O médico teve o papel de alta que eles dão para a gente e está dizendo que é para eu ir de avião. Eu fui lá e eles não estão querendo dar passagem de avião. A moça falou que lá que só em situação de risco, mas desta vez eu vou operar e vou ter que vim operada. Como é que eu vou andar de ônibus?”, desabafou.
O acompanhamento de casos mais simples como serviços terapêuticos deve ser feito no Centro de Referência para a Pessoa com Deficiência Visual, Física, Auditiva e Intelectual Leve. Só é difícil encontrar o local porque não tem qualquer identificação na fachada e o pior é que até tem salas com material, veículo disponível, mas está ocioso porque faltam profissionais.
Apenas serviços administrativos como a emissão da carteirinha de passe livre estão sendo realizadas. As atividades terapêuticas ainda dependem da realização do seletivo para a contratação da equipe multiprofissional.
O programa tem 196 deficientes cadastrados e até os 80 que participavam com mais frequência das atividades não são mais vistos no espaço. No início deste mês, o cancelamento do seletivo da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), por falhas na realização, agravou a situação do Centro e de vários outros órgãos ligados a Sedes.
Faltam profissionais para ministrar cursos de capacitação nos Cras, que são os Centros de Referência e Assistência Social, digitadores para o programa “Bolsa Família”, educadores sociais, merendeiras e zeladores para os programas de convivência, o antigo Peti, além de monitores no banco de alimentos.
De acordo com a Secretaria de Administração, o novo seletivo deve começar semana que vem e vai ser concluído em maio. Mas até lá são praticamente cinco meses sem assistência em muitos serviços.
O secretário da Secretaria de Administração, José Antônio Silva, disse que o processo de inscrição não será reaberto. “Não haverá novas inscrições. Nós utilizaremos as inscrições realizadas e todas aquelas pessoas que se inscreveram elas serão reavaliadas, tanto nos títulos como nas entrevistas, se passarem na segunda fase. Então logo na primeira quinzena de maio queremos levar ao conhecimento público daqueles que foram aprovados no seletivo para os cargos da Secretaria de Desenvolvimento Social”.
Regina Célia é membro da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência e também presta assessoria jurídica ao Conselho Municipal dos Deficientes. Ela diz que já procuraram o ouvidor do Município para cobrar a garantia de direitos, mas tudo está caminhando a passos lentos e sem nenhuma solução até o momento. “Nós não estamos esperando. Nós já passamos na Ouvidoria, conversamos com o ouvidor do Município e ele disse que entende isso, mas que ele precisa de documentos para fazer isso. Ora, se o próprio Município não tem acesso a esses documentos nós estamos produzindo, como já produzimos com questão a passagem, a passe livre e tudo mais. Já estamos marcando audiência com todo mundo, fazendo reunião. Estamos produzindo atas, que é para justamente dar o respaldo que a gente precisa para entrar na ação para conversar com o Ministério Público para fazer todas essas coisas”, finalizou.